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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Lixo aterrado elimina gases e preocupa

Fumaça pode ser vista facilmente, como se algo estivesse queimando embaixo da terra

Área foi soterrada com lixo e entulho. Prefeitura promete resolver - Por: FOTOS: FÁBIO ROGÉRIO

A fumaça visível e com cheiro de material queimado brota da terra. "Dia desses explodiu igual a um vulcão, mas só saiu pó", diz o aposentado Luiz Roberto Pereira, 59 anos. Na porção de terra misturada com sacos plásticos por onde saem os gases há dois meses, existia uma depressão com cerca de oito metros de profundidade e árvores frutíferas que acabaram aterradas com o lixo. Outro morador, José Luiz da Silva Gonçalves, 56 anos, declara que ele e pelo menos mais dez vizinhos estão sofrendo com dores de cabeça, no peito e costas, por causa da fumaça que contamina toda a região. O fato ocorre em Salto de Pirapora, bairro Campo Largo, em uma área ao lado da rua Rio de Janeiro, proximidades do número 200.

O secretário do Meio Ambiente da Prefeitura de Salto de Pirapora, José Carlos Benedete Rosa, declarou que solucionará o problema em dois dias, nem que seja para escavar o aterro e retirar tudo o que lá foi jogado. Acrescentou que se mesmo assim não conseguir, vai solicitar ajuda da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Não soube responder o que está queimando embaixo da terra. Questionado se poderia haver concentração de gás metano, respondeu que não pode afirmar com exatidão, mas crê que é preciso de muito mais lixo para que haja a concentração desse gás.

O secretário Benedete Rosa reconheceu que, a pedido dos moradores, a Prefeitura autorizou que despejassem apenas material inerte (os que não reagem quimicamente). Justificou a autorização porque o buraco estava quase comprometendo a estrutura de uma das residências. Enfatizou que não poderia ser jogado lixo. Um dos denunciantes, José Gonçalves, declarou que uma empresa terceirizada da Prefeitura descarregou muitos caminhões com entulho. "Tem muita madeira, papelão, plástico, conduíte, móveis e lixo doméstico, praticamente um lixão", afirmou na noite de ontem. José Gonçalves não conseguiu dormir na noite de sábado para domingo por causa de problemas respiratórios provocados pela fumaça, que segundo ele, é exalada em maior quantidade no período noturno.

O secretário Benedete reconhece que nem a água de dois caminhões-pipas despejada foi o suficiente para extinguir a fumaça. Cita que a situação chegou a tal ponto porque as pessoas vão durante à noite despejar lixo no local. Afirma que a Prefeitura já recomendou aos moradores que anotassem as placas dos veículos que chegam para descartar lixo, mas não teria havido denúncias. O aposentado Pereira afirma que até óleo de motor de veículos foi despejado por carros de oficinas mecânicas.

Ontem havia buracos na superfície do aterro, feitos por escavadeiras, segundo moradores pela própria Prefeitura, em busca da origem da fumaça. O secretário de Saúde de Salto de Pirapora, Jairo Mendes de Góes, informou que a própria Vigilância Sanitária do município está cobrando uma solução. Segundo ele, até o momento foi feito um levantamento da situação para depois levar ao conhecimento da Cetesb, a fim de que atuem em parceria.

Área particular

Parte das pessoas presentes no entorno da área aterrada de lixo tentavam amenizar o problema para a reportagem na tarde de ontem. Outras, aparentemente incomodadas, preferiam não falar do fato. O terreno pertence a uma família residente em uma viela paralela à rua Rio de Janeiro. Recusaram a dar detalhes sobre a situação, apenas enfatizaram que o despejo de material foi feito com a autorização da Prefeitura.
 
Notícia publicada na edição de 04/10/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul

Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

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Fotos Adriano Vincler - Jornal Liberdade
05 de Outubro de 2011 



























Veja Também:

Vazamento de gás metano provoca fechamento de shopping em SP


Um dos maiores shoppings do Brasil vai fechar na sexta-feira. O Center Norte foi construído em cima de um depósito de lixo.

Veja o vídeo G1.globo.com - Clique aqui!



Jornal da Record News

publicado em 07/10/2011 às 22h51:


MP de São Paulo pede interdição do conjunto habitacional próximo ao Center NorteTexto:


O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação para remoção dos quase 3.000 moradores do conjunto habitacional também construído sobre um lixão, como o shopping Center Norte. O centro de compras foi reaberto nesta sexta (7) depois de dois dias fechado para instalação de drenos para conter vazamento de gás metano. O shopping foi inaugurado em 1984 sobre uma área onde antes havia um lixão, na zona norte de São Paulo. O estabelecimento funciona desde 2008 sem alvará. O ambientalista Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, analisa o caso no Jornal da Record News.

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