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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Agricultores de Piedade lutam contra instalação de pedreira na cidade

Moradores estão preocupados com o impacto ambiental.
MSX Mineradora informou que geraria 220 empregos em duas etapas.
Moradores do bairro agrícola temem que a
mineradora atrapalhe as lavouras. (Foto: Reprodução/Tv Tem)
Moradores de Piedade (SP) se mobilizam contra a implantação de uma pedreira na zona rural do município. A maior preocupação é com o impacto ambiental. Eles temem que a extração de granito acabe com a nascente do rio que abastece a região e principalmente as lavouras que mantém a economia da cidade.

A pedreira ocupa 135 hectares no bairro Piraporinha, na zona rural de Piedade. A empresa MSX Mineradora pretende fazer a extração de granito. A notícia preocupa os moradores da região. São 300 lavradores, pelos cálculos da comunidade. Aqui eles produzem principalmente folhosas, como alface, repolho e chicória.

A agricultura é a base da economia de piedade. Responde por 60% das atividades, de acordo com a prefeitura. O município, que foi a capital da cebola na década de 80, hoje se orgulha da diversidade agrícola com frutas, verduras, legumes e flores.

Mas, a notícia da instalação da pedreira em uma área até hoje explorada apenas pelas lavouras preocupa. Na região também está a nascente do Rio Pirapora, que abastece Piedade e outras cidades da região, além de fornecer água para os produtores locais.
Para a instalação da pedreira é preciso autorização do município. O caso está na Justiça. A empresa entrou com um pedido para a prefeitura se posicionar a respeito das atividades. A resposta do governo municipal foi desfavorável ao início da exploração, mas o assunto não está encerrado. A prefeitura pediu um estudo técnico ao Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e médio Tietê.

Enquanto isso, os moradores se mobilizam. Apesar de o bairro reunir 2 mil pessoas, um abaixo assinado que circula pela cidade conta com 7.500 mil assinaturas. O documento será entregue ao Ministério Público, Cetesb e órgãos de proteção ao meio ambiente.

Reuniões para discutir a questão são cada vez mais comuns na região onde a pedreira pode ser instalada. Moradores se articulam para defender a terra onde vivem e trabalham.

A bióloga Meirielen Caroline da Silva, moradora do bairro Piraporinha, é contra a instalação da pedreira. Segundo ela, em nome da preservação do meio ambiente. Paulo César da Silva é um dos inúmeros pequenos agricultores do bairro Piraporinha. Cultiva alface, salsa e coentro e teme pela instalação da pedreira.

Pedra Rolim é a mais velha moradora do bairro. Aos 74 anos e mesmo com dificuldades de se locomover faz questão de participar das reuniões para defender a terra onde nasceu e trabalhou.

Paralelamente ao processo na Justiça, no dia 24 de maio a prefeitura enviou à Câmara um projeto de lei que altera o zoneamento da cidade. Nele está a criação de uma área de proteção de mananciais. O local onde está a pedreira fica dentro de uma dessas áreas.

Em nota, a empresa MSX Mineradora informou que a extração de granito geraria R$ 300 mil em impostos para o município. Em contrapartida aos possíveis impactos ambientais, a mineradora oferece benefícios como o fornecimento de brita para a recuperação das estradas rurais e a construção de um centro médico no bairro do Piraporinha. A pedreira geraria 220 empregos em duas etapas.

A empresa também diz que a exploração não causaria prejuízo para as lavouras, já que a área é distante das outras propriedades. A mineradora afirma que a atividade não produz resíduos que possam contaminar o meio ambiente



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