| Segundo os moradores, alguns postos, apenas as enfermeiras atendem.
A prefeitura informou que dois novos médicos foram contratados.
Os moradores de Salto de Pirapora (SP) reclamam da falta de médicos nos postos de Saúde. Em algumas unidades, apenas enfermeiros fazem o atendimento à população.
No posto de saúde do Centro de Salto de Pirapora um médico começou a
trabalhar esta semana, mas os pacientes querem esperar um pouco mais
para comemorar. "Nunca se sabe quanto tempo ele vai ficar. Entrou uma
doutora aí, ficou poucos dias e foi embora. E já há vários dias que nós
estamos sem médicos aqui e no posto, lá em cima também está sem médico",
desabafa o aposentado Antônio Pinto.
Na unidade ainda falta um médico. E o problema ocorre em outros dois postos. O atendimento é pelo programa Saúde da Família.
No bairro Santa Maria, dona Marilza levou o Alex para ser examinado.
Ela diz que o filho de 2 anos está com tosse. Mas sabia que não seria
atendida pelo médico. "A gente e só passa com enfermeiro. Demora um mês e
passa com enfermeiro aí se tiver alguma coisa eles passam com a
pediatra, mas demora uns dois meses a três para ter a consulta, reclamou
a empregada doméstica Marilza Almeida.
Sem médicos, o atendimento nos postos é feito pelas enfermeiras e
apenas serviços básicos são realizados, como vacinas, entrega de
medicamentos e aferição da pressão arterial. Quem precisa de consulta
fica indignado com a situação. "Faz uns três a quatro meses que está
assim: gente correndo, pessoas idosas precisando, crianças precisando e
tudo tem que correr na Santa Casa. A gente paga imposto, paga tudo pra
não ter médico", reclama a professora Cristiane Fryder.
Situação semelhante ocorre no posto do Jardim Silva Barros. Ali
moradores de bairros rurais como Fazendinha Arco Íris e Juncal buscam
atendimento, mas ficam sem consulta. "A moça do balcão falou: 'A gente
não está agendando consulta porque não sabe quando vai ter médico",
comenta Maria Rodrigues, dona de casa.
Dona Margarida mostra as anotações das consultas que perdeu em março e
maio. Não tinha médico para atender e ela ainda precisa fazer exames,
que devem ser pedidos pelo médico. "A recepcionista mandou para outro
posto que tinha outro médico pra fazer esse exame", Margarida Ferreira,
dona de casa.
A Prefeitura informa que a falta de médicos ocorre em três das dez
equipes do programa Saúde da Família. A explicação é de que os
profissionais pediram demissão em fevereiro alegando que iriam se
dedicar à residência médica, já que eram recem formados. E nesse período
dois médicos foram contratados, mas desistiram de atuar.
O médico que trabalha no programa ganha R$ 12.700 por mês e tem que
cumprir una jornada de 8 horas por dia de segunda a sexta-feira. Mesmo
assim a Prefeitura alega dificuldades em atrair o interesse dos
profissionais.
Mas a promessa é de que até o fim do mês dois médicos
comecem a trabalhar. "A gente está correndo a trás. A Prefeitura está
muito preocupada. Não é porque a gente não está tomando nenhuma posição é
porque a gente não tem procura, a gente não tem procura, falta esse
profissional no mercado", afirma Karen Thomaz Gerard, coordenadora do
Saúde da Família.
Ainda segundo a coordenadora do Programa de Saúde, nesta sexta-feira
começa o processo de admissão de dois profissionais. Eles vão trabalhar
nos postos do Centro e do Jardim Silva Barros.
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Um médico foi contratado esta semana, mas ainda faltam profissionais na cidade. (Foto: Reprodução/TV Tem) |