O botijão do gás de cozinha vai subir. Conforme a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), este aumento deve chegar ao consumidor nos primeiros dias de setembro e alcançar 10%, perto da inflação que, nos últimos 12 meses, conforme o INPC, é de 9,56%.
Presidente da ASMIRG-BR, Alexandre Borjaili destaca que os motivos são os aumentos de custos operacionais e salarial dos trabalhadores da indústria do gás – a convenção coletiva da categoria acontece sempre em setembro. Ele prevê que, para o consumidor, o preço do botijão deve subir até R$ 7.
Quanto custa
O preço médio do botijão de 13kg no Rio Grande do Sul, no levantamento da semana passada da ANP, é de R$ 54,38. Não há tabelamento de preços do gás nem fixação de valores mínimos ou máximos.
Em cinco postos da Capital consultados ontem pela reportagem do Diário Gaúcho, os preços variavam entre R$ 55 e R$ 67 (sem a entrega). Todos confirmaram que o valor deve aumentar no início de setembro.
Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que representa as distribuidoras, não especificou o valor do aumento, mas confirmou que, no mês de setembro, há uma pressão natural sobre os preços em função da data-base da categoria. Os custos totais são impactados nessa época também pela folha de pagamento, que corresponde de 30% a 40% do custo total.
Fonte da notícia: Diário Gaúcho
Privatização da Liquigas deve aumentar o preço do gás de cozinha
A privatização da Petrobrás começa no poço de petróleo, vai até o posto de combustível, mas antes não deixa de passar pela cozinha da sua casa. Por debaixo dos panos e com muita pressa, a Petrobrás no governo interino de Michel Temer vai se desmanchando a partir da venda de importantes ativos de patrimônio
Já foi privatizada a reserva de Carcará, área no pré-sal com pelo menos 700 milhões de barris, parte da Gaspetro e várias empresas da estatal brasileira no exterior. A próxima vítima é a Liquigás Distribuidora S.A, cujas negociações já estão em andamento e se forem concretizadas podem trazer grandes prejuízos aos consumidores. “Com a privatização da Liquigás, iremos correr o risco de ter um gás de cozinha mais caro, menos pessoas empregadas no setor de GLP, menos competitividade entre as empresas, podendo gerar a formação até de cartel”, disse Wagner Silva, diretor da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo de São Paulo, durante debate na Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal.
O anúncio da venda despertou interesse das maiores distribuidoras de GLP do país. “A Liquigás é líder no mercado de botijões de 13kg, os mais usados nas residências brasileiras. Parece que só o presidente da Petrobrás no governo interino, Pedro Parente, não tem interesse nessa subsidiária altamente lucrativa”, disse Mário Dal Zot, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina.
Concorrem na compra da Liquigás a Ultragaz, do grupo Ultra, primeira no mercado nacional de GLP; e a Supergasbras, do grupo holandês SHV, a terceira maior no comércio de gás de cozinha no país. “O curioso é que o processo de venda da subsidiária tem a participação de executivos do Itaú, um dos donos do grupo Ultra. Ao que tudo indica, não teremos grandes surpresas no anúncio da empresa vencedora.De qualquer forma, a privatização é prejuízo certo para a população”, denunciou Mário.
A expectativa dos mercadores da Petrobrás é que o comprador da Liquigás seja anunciado em setembro.
A empresa
A Liquigás emprega mais de 3 mil funcionários e lucrou R$ 114,3 milhões em 2015. Está presente em 23 estados brasileiros (exceto Amazonas, Acre e Roraima). Fundada em 1953, foi adquirida pela Petrobras Distribuidora S.A. (BR) em agosto de 2004 e, em novembro de 2012, após uma reorganização societária, passou a ser subsidiária direta da Petrobras S.A. O valor estimado pelo mercado para a venda da Liquigás está entre R$ 2,2 bilhões e R$ 2,5 bilhões.
Fonte: O Cafezinho
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