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sábado, 3 de setembro de 2011

Trânsito mata 31 em Sorocaba e região

Acidentes mais graves ocorreram nas rodovias, provocando uma fatídica média de quase uma morte por dia.

Na estrada Sorocaba-Iperó, colisão com ônibus matou pai e filho - Por: Luiz Setti

O trânsito em Sorocaba e cidades vizinhas está mais perigoso. Nos 31 dias de agosto e mais dois de setembro, acidentes mataram pelo menos 31 pessoas, quase uma por dia. O número foi obtido em levantamento feito por meio do noticiário do jornal Cruzeiro do Sul e serve de alerta para quem costuma pegar a estrada todos os dias. A maioria dos acidentes aconteceu em rodovias, mas também em ruas e avenidas. Apenas dois acidentes provocaram 16 mortes (oito em cada um). Um deles aconteceu em Itu, em que oito ocupantes de um Chevette morreram na colisão com um caminhão, no dia 20 de agosto, e outro quinta-feira em Araçoiaba da Serra, em que perderam a vida os oito que viajavam numa ambulância que bateu numa árvore.

Dos 14 acidentes fatais, 11 aconteceram em rodovias. Foram nove em Sorocaba (seis em rodovias e três na área urbana). Os outros ocorreram em Araçoiaba da Serra, Itu, Salto de Pirapora e Votorantim. A rodovia Raposo Tavares (SP-270) teve mais: foram quatro, com saldo de 13 mortes. Na rodovia SP-79 (nos dois trechos, de Itu e Votorantim/Piedade) houve dois acidentes, mas com nove mortos. A estrada vicinal Sorocaba-Iperó também teve dois, com três mortos.

A série de acidentes fatais surpreendeu até policiais rodoviários, que lidam diariamente com eles. Para o comandante da 1ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Rodoviária, capitão Edson Ramos, o número de mortes em agosto e início de setembro supera em muito a média dos últimos meses. Segundo Ramos, não há uma só explicação para os acidentes na região, que podem ser por vários motivos ou até combinados entre eles. No choque da ambulância na árvore, quinta-feira em Araçoiaba da Serra, a Polícia Civil vai investigar a causa. Pode ser que o motorista tenha dormido ao volante, passado mal ou ainda uma peça se soltado do veículo que ia na frente.

O capitão cita três principais causas de acidentes nas rodovias, sempre relacionadas ao condutor: excesso de velocidade, consumo de bebida alcoólica e ultrapassagem em lugar proibido. Uma delas é suficiente para que a viagem termine mais cedo e com graves consequências para os envolvidos.

Em geral, as rodovias na região de Sorocaba têm boa sinalização e pavimentação, o que reduziria o índice de colisões e atropelamentos. A maior quantidade de veículos circulando também não tem relação direta com os acidentes graves, acredita Ramos. Ele lembra que o acidente da SP-79, em Itu, em que morreram oito, e no da rodovia Raposo Tavares, perto do Shopping Panorâmico, em Sorocaba, em que morreram três, aconteceram em horários de menor movimento.

O trecho da Raposo que recebeu pistas marginais, em Sorocaba, teve redução de acidentes, observa o capitão da Polícia Rodoviária. O trecho mais crítico era entre os quilômetros 98 e 99,5, justamente onde aconteceu a colisão entre dois caminhões, dois carros e uma moto, no dia 27 de agosto.

Números subestimados

O engenheiro de transportes Adalberto Nascimento considera que o crescimento de acidentes graves não se dá só na região de Sorocaba, mas também em outros centros urbanos. Para ele, os números de mortos no trânsito é subestimado. Em todo o País 50 mil perdem a vida por ano, mas a estatística não leva em conta aqueles que morrem depois de socorridos no hospital.

Da mesma maneira que o comandante da Polícia Rodoviária, Nascimento não vincula os acidentes graves com o maior volume de veículos nas rodovias. "Muitos veículos na via fazem o condutor reduzir a velocidade", diz o engenheiro. Mas por outro lado, o crescimento da frota significa mais condutores inexperientes, alerta Nascimento. Para ele, o aprendizado nas autoescolas fica aquém das necessidades.

A fluidez do trânsito é uma soma de três fatores, cita o engenheiro: engenharia, fiscalização e educação. Segundo Nascimento, a maior variável consiste no comportamento humano. Egoísmo, irritabilidade, cansaço e sono aumentam a probabilidade de acidentes. A educação é importante para uma direção defensiva, "afinal o trânsito é ir de um lugar a outro e chegar bem".

Notícia publicada na edição de 03/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul.

Marcelo Roma
marcelo.roma@jcruzeiro.com.br

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