Ocorrência este ano pela GCM somam 250; em 2012 foram 120 no período
O
número de flagrantes por tráfico de drogas realizado pela Guarda Civil
Municipal (GCM) de Sorocaba, no entorno de escolas municipais, pouco
mais que dobrou entre este ano, em relação ao mesmo período de 2012.
Este ano, a GCM registrou 250 ocorrências do tipo, número que atingiu
120, entre janeiro e junho do ano passado. O que chama a atenção nas
estatísticas da corporação é a quantidade de adolescentes apreendidos
por esse tipo de crime. Entre as 307 pessoas detidas nas ações da GCM,
212 delas eram menores de 18 anos. Como forma de combater a
criminalidade nessas áreas, a Secretaria de Segurança Comunitária
(Sesco) alegou que intensificou os patrulhamentos e promove operações
integradas com outras corporações, além de colocar em prática programas
de prevenção, com palestras educativas ministradas pelos guardas.
O total de drogas apreendidas também aumentou. No primeiro semestre de
2012, aproximadamente 3 quilos de entorpecentes foram encaminhados pela
GCM à polícia, contra 8 quilos este ano. Conforme dados da GCM, o
elevado número de flagrantes de tráfico de drogas tem relação com a
implantação do programa Patrulha Escolar Comunitária, no início deste
ano, que ampliou o contato direto entre guardas e a comunidade. A GCM
relatou que esse relacionamento mais próximo atribui "uma maior sensação
de segurança" em denunciar tais crimes, "principalmente por parte de
pais de alunos e moradores próximos". De acordo com a corporação, as
denúncias ocorrem mais em bairros das zonas norte e oeste.
A GCM informou que destina 12 patrulhas, por período (manhã, tarde,
noite), para garantir a segurança nas proximidades das escolas
municipais e adiantou que esse número será ampliado para 17 no início do
segundo semestre. "O trabalho é de patrulhamento preventivo dos
estabelecimentos de ensino, além das viaturas do patrulhamento
comunitário que auxiliam no atendimento dos chamados de ocorrências",
divulga. Na fiscalização, a corporação também conta com a ajuda do
sistema de videomonitoramento, que funciona no Centro de Operações e
Inteligência (COI), instalada no Jardim Ana Maria. "O sistema está
implantado em 21 escolas selecionadas pelo critério de dados de
violência escolar que, somados ao Patrulhamento Comunitário, estão
empregando a filosofia de Polícia de Aproximação e obtêm resultados
positivos nas ações preventivas e prisões em flagrante delito."
Escolas estaduais
Como a Guarda Civil Municipal tem a incumbência de patrulhar o entorno
das escolas municipais, as instituições de ensino estaduais ficam a
cargo da Polícia Militar (PM). No final de maio deste ano, em reportagem
veiculada pelo jornal Cruzeiro do Sul sobre a falta de patrulhamento
nas unidades, a PM relatou que a corporação realiza a chamada Ronda
Escolar, de segunda à sexta-feira, em dois horários, com viaturas
percorrendo as escolas das 7h às 15h e das 15h às 23h. A PM ainda
relatou que cada viatura de Ronda Escolar chega a cobrir, em média a
cada dia, 15 escolas, entre municipais, estaduais e até particulares por
dia.
Fatos do tipo ocorrem quase que diariamente
Ocorrências de tráfico de drogas no entorno de escolas são
identificadas quase que diariamente em Sorocaba. Notas enviadas pela
Guarda Civil Municipal (GCM) à imprensa comprovam isso. Por exemplo, na
madrugada de ontem houve a prisão de Charles Renan de Oliveira, 18 anos,
pego em flagrante vendendo entorpecentes nos fundos da Escola Municipal
Paulo de Nóbrega Tortello, no Parque das Laranjeiras. Diante das
circunstâncias, moradores desse bairro dizem estar apreensivos e
inseguros.
Segundo a GCM, uma equipe do Patrulhamento Comunitário viu um rapaz
debruçado na janela do carro do acusado, em atitudes suspeitas. Ao
avistar os guardas, o rapaz correu e o motorista do veículo fugiu a pé.
Charles foi detido a 200 metros do local. No carro havia 150 porções de
cocaína e R$ 105. Charles alegou desconhecer que havia drogas no carro.
Foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Sorocaba. Nos fundos
da escola, a GCM ainda achou uma mochila com 45 porções de maconha.
Insegurança
Moradora de 60 anos de idade, no entorno da Escola Municipal Paulo de
Nóbrega Tortello, revelou que sempre se depara com traficantes por ali.
"A gente fica com medo, porque não sabe o que pode acontecer. Eu sempre
cruzo com traficantes pela rua", diz ela que prefere não se identificar,
por temer represálias. Disse que raramente vê polícia ou guardas
fazendo ronda pelo bairro. Da mesma forma, um homem de 77 anos
complementa: "Aqui é um perigo terrível". Acredita que a legislação
criminal que estabelece a prisão, inclusive, em casos de tráfico de
drogas, deveria ser mais severa. "O governo erra demais da conta. Se a
lei fosse mais dura, isso tudo seria resolvido."
O problema não ocorre somente no Parque Laranjeiras. Há casos de tráfico
registrados este ano também em arredores de unidades de ensino nos
bairros Santo André 2, Maria Eugênia e Vila Zulmira, entre outros. Os
criminosos agem, sobretudo, perto de escolas onde existem terrenos
baldios nos arredores, como acontece na escola José Mendes, no Jardim
Hungarês, local onde uma professora foi baleada na saída do trabalho, no
mês passado.
Notícia publicada na edição de
20/06/13 do Jornal Cruzeiro do Sul
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