Salto de Pirapora Notícias

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Quilombolas do Cafundó (SP) recebem concessão de uso da terra

O procedimento antecede a titulação definitiva de posse das terras, que foram reivindicadas inicialmente em 1972
03/08/2012
No entendimento popular, Cafundó quer dizer lugar muito longe, fim do mundo, localização desconhecida. Para o quilombo que leva esse nome, em Salto de Pirapora (SP), a palavra ganha outro significado. É que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SP) assinou ontem (02) o Termo de Concessão de Uso de cerca de 220 hectares, procedimento que antecede a titulação definitiva de posse das terras. O quilombo de Cafundó é formado por 18 famílias e fica a 150 quilômetros da grande São Paulo.

O ato aconteceu no próprio quilombo, às 14h, e marca o fim de uma disputa histórica do Cafundó. “Esta é a primeira vez que o Incra concede esse tipo de concessão a um grupo quilombola”, assegura o representante da superintendência do instituto em SãoPaulo, Mauro Baldijão. Ele destaca que a titulação definitiva não foi concedida porque o processo de desintrusão (retirada dos moradores que não são quilombolas, mediante indenização) ainda está em curso. “Esta ação é muito importante, pois dá aos quilombolas condições de usufruir dos benefícios da atividade produtiva e da mineração presente no local”, salienta.

A secretária de Políticas para as Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Silvany Euclênio, observa que a medida abre portas para resolver situações semelhantes. “Além de fortalecer a posse do território, essa ação do Incra vai proporcionar a autonomia econômica do grupo e poderá ser replicada em outras comunidades onde a desapropriação esteja demorando”, afirma.

A titulação está prevista no Decreto n° 4.887/03, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes dos quilombos. O Estatuto da Igualdade Racial – Lei nº 12.288/10, que expressa legítimas demandas da população negra, também faz alusão à titulação. O capitulo IV determina que o poder público implemente políticas para o acesso da população negra à terra e garanta aos remanescentes dos quilombos a propriedade e o documento de posse definitiva.

Histórico


A luta pelo direito à terra é um marco na história de Cafundó, que teve 90% do seu território original ocupados por fazendeiros da região, sobrando apenas 21 hectares para uso dos quilombolas. Desde então, o grupo recorre à Justiça para reaver o território herdado dos ex-escravos Joaquim Congo e Ricarda, a quem o antigo dono, José Manoel de Oliveira, doou um lote em 1888. Posteriormente, esse espaço foi trocado pela área que hoje é reclamada pela comunidade.

Em 1972, a comunidade abriu um processo pela escritura definitiva da terra por usucapião, sendo a primeira do Brasil a adotar esse procedimento legal. Como desdobramento, o reconhecimento do direito de posse veio em 1976, porém para 21 hectares apenas, decisão que não satisfez a comunidade, pois, além de não compreender todo o território tradicional, a área foi considerada insuficiente para que vivessem com autonomia produtiva e em condições adequadas.

Nos anos 1990, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de São Paulo (Condephaat) tombou uma área aproximada de oito hectares de terras onde hoje se encontra a maior parte dos moradores. A justificativa se escorou na importância da comunidade e de seu território como bens culturais de valor histórico.

Nove anos depois, a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) fez um levantamento, dando início ao processo de regularização das terras que, segundo o órgão, encontravam-se totalmente sob o domínio dos fazendeiros. Em 2006, através da Portaria n° 235, o Incra reconheceu as limitações do território em 220 hectares. Iniciado em 2004, esse processo será concluído amanhã, com assinatura do Termo de Concessão de Uso, que visa passar os direitos da terra para a comunidade quilombola de Cafundó.

Seminários do Programa Brasil Quilombola


A comunidade quilombola do Cafundó participou ativamente do Seminário do Programa do Brasil Quilombola (PBQ), realizado pela SEPPIR em julho. Durante o encontro, são discutidas ações voltadas para o direito à terra, saúde, educação, incentivo ao desenvolvimento local, assistência social das famílias e segurança alimentar e nutricional, além de se estabelecer um diálogo com as comunidades sobre a importância de sua participação na formulação das políticas públicas.

A meta é que, ao final de cada seminário, sejam estabelecidas diretrizes que garantam políticas para todas as comunidades quilombolas. Os compromissos firmados são registrados no acordo de cooperação e no plano de trabalho, que é pactuado entre os 11 ministérios parceiros do PBQ.

O PBQ foi lançado pela SEPPIR em 2004. O objetivo principal do programa é coordenar as ações governamentais para melhorar a qualidade de vida e garantir o acesso das populações quilombolas aos serviços públicos essenciais. Suas prioridades são regularização fundiária, desenvolvimento econômico local, geração de renda, saúde, educação e estímulo à participação e ao controle social das políticas públicas pelos quilombolas.

*Com informações da Comissão Pró-Índio de São Paulo

 
Fonte: CEDEFES




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sábado, 28 de julho de 2012

Racionais MC's lançam clipe de "Mil Faces de um Homem Leal (Marighella)"


Foi lançado nesta sexta-feira (20/07) o clipe de "Mil Faces de um Homem Leal (Marighella)", dos Racionais MC's.


A faixa foi composta especialmente por Mano Brown para o documentário "Marighella", dirigido pela sobrinha do militante baiano Carlos Marighella, Isa Grinspum Ferraz. O filme estreia nos cinemas no dia 10 de agosto.

O clipe dos Racionais entremeia fotos e cenas de protestos com imagens dos membros do grupo. Algumas cenas foram gravadas em uma invasão na região da Luz, no centro de São Paulo. Dirigido por Daniel Grinspum, o vídeo foi indicado a clipe do ano no VMB 2012.


Está armado no centro de São Paulo o cenário para um eventual conflito entre sem-teto e autoridades. A Justiça determinou a desocupação de um edifício na região da Cracolândia, onde hoje vivem cerca de 1.300 pessoas.

Elas estavam a poucos dias de conseguir, pelo mecanismo constitucional do usucapião, a posse definitiva do imóvel, invadido há quase cinco anos.

Teme-se a reedição do caso Pinheirinho, de onde 1.600 famílias foram retiradas pela Polícia Militar de um terreno em São José dos Campos, interior de São Paulo, em janeiro.

O líder do grupo Racionais MCs, Mano Brown, gravou clipe da música "Marighella" --sobre o guerrilheiro comunista Carlos Marighella (1911-1969)-- na ocupação da rua Mauá.

 

Linguagem agressiva do rap mostra realidade de jovens negros da periferia.

USP – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
MANO BROWN / KL JAY/ EDDY ROCK / ICE BLUE
Estudo realizado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP mostra que o rap (Revolução através das palavras) expressa os sentimentos dos jovens negros da periferia e denuncia as condições de violência, preconceito e discriminação por eles vividas. Para a pesquisadora Sílvia Cristina Oliveira, que analisou e avaliou as letras de dez músicas do CD Raio X Brasil, do grupo de rap Racionais MC’S, "o jovem negro encontra espaço no rap para manifestar sua revolta contra o sistema que o agride. Eles utilizam a arte e a música como forma de reivindicar cidadania".

Os negros, afirma Sílvia, sofrem por parte da sociedade brasileira um racismo velado. "Vivemos o mito da de-mocracia racial", diz, e os jovens negros respondem a essa situação de várias maneiras. Uns partem para a violência concreta, enquanto outros manifestam sua agressividade por meio do discurso violento proposto pelo rap. "As músicas que analisei trazem impressas em suas letras a realidade desses jovens. Eles encontram na violência verbal e simbólica uma maneira de desabafar e registrar as agressões raciais e institucionais, como atendimento médico deficiente, sistema educacional precário e agressões policiais, das quais são vítimas", explica. "Além disso, o rap oferece à sociedade a chance de entrar em contato com a vida desses jovens, cuja realidade é ignorada".

Porém, a função social do rap vai além da denúncia. Segundo a pesquisadora, essa manifestação artística serve como um instrumento de politização dessa juventude desfavorecida. Como a realidade descrita nas letras é a mesma para esses jovens, há uma grande identificação entre eles, unem-se como vítimas da mesma repressão. "O rap acabou se transformando em uma espécie de religião para eles". Os autores das músicas utilizam-se desse fato para pregar o direito à cidadania e incentivá-los a melhorarem suas chances de vida, por meio do estudo e não uso de drogas.

Na linguagem agressiva do rap, afirma Sílvia, expressa-se o desejo de mudar a situação social vigente, desafiando o jovem a sair da passividade e ter uma posição ativa frente ao sistema opressor. "As letras incentivam a busca da cidadania plena e expõem os tipos de violência que os jovens negros sofrem e propõem a paz".

Esse tipo de música, além de conter uma descarga emocional dos jovens da periferia, contribui para a formação e recuperação da identidade negra, reforçando os valores da cultura afro-brasileira. É um espaço para que eles possam reaver a identidade negra e reconstruir a auto-estima. "As músicas possibilitam a conscientização dos jovens da periferia, trazem informações e preservam a identidade coletiva como maneira de se romper o ciclo de miséria, da violência e do racismo", ressalta a pesquisadora.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Gata do Paulistão é demitida por posar nua com a gata do Santos em frente ao estádio do Pacaembu

Gata do Paulistão é demitida por ensaio ousado


Lorena Bueri conquistou o título de Gata do Paulistão 2012 e aumentou ainda mais sua legião de admiradores. No entanto, a bela se complicou recentemente. Tudo porque a Federação Paulista de Futebol (FPF) não gostou da ousadia da moça, que posou nua com a Gata do Santos, em frente ao estádio Pacaembu para a edição da "Sexy" de julho. Lorena era apresentadora da TV FPF, que é o veículo oficial da Federação.

Antes de ser musa do Paulistão, Lorena (que é natural de Pirapora, em Minas Gerais) trabalhava como camelô e vendia marmita e salgadinhos produzidos por sua mãe. Além da mais recente polêmica, ela já havia gravado um vídeo dedicado a Neymar que deu o que falar. Você demitiria a gata? Opine!

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