Por pouco não se repetiu a brutalidade de Pinheirinho 1.
A polícia já estava repetindo o que fizera em Pinheirinho
Algumas semanas atrás, escrevi um artigo sobre o excelente documentário do jovem alagoano Fabiano Amorim a respeito do deprimente caso de Pinheirinho.
Milhares de pessoas foram brutalmente desalojadas de suas casas num terreno pertencente à massa falida de um homem – Naji Nahas, frequentador das páginas policiais por golpes financeiros — que jamais fez nada ali.
Amorim, com razão, criticou a indefensável omissão do PT no episódio. Admistração com foco social jamais pode deixar uma coisa daquelas acontecer. É abjeto. É vergonhoso.
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Agora, uma resposta animadora veio do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Sua ação foi vital para que se evitasse um novo Pinheirinho, e isto tem que ser registrado e aplaudido.
Não é mais que a obrigação, é certo. Mas isto não foi feito em Pinheirinho. E o governador Alckmin não fez o óbvio, nem antes e nem agora. Vaias, portanto, para Alckmin e palmas para Haddad.
A polícia militar já estava prestes a repetir a operação de Pinheirinho, com luz verde de Alckmin, e em circunstâncias nebulosas, num terreno em São Paulo ao qual os moradores deram o nome de Pinheirinho 2 em homenagem a Pinheirinho.
Pinheirinho
Reproduzo abaixo um trecho de um artigo do UOL.
Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Pinheirinho 2, Jean Carlos da Silva, a invasão foi autorizada pelo dono do terreno. “Ele e pessoas dele disseram a pessoas da associação que as pessoas poderia entrar, ocupar a área e que 15 dias após faria a negociação”, diz. Segundo Jean, o acordo é que lotes seriam vendidos por R$ 5 para R$ 7 mil. A associação acabou com o acordo semanas depois, quando o valor subir para até R$ 18 mil.
O dono do terreno, Heraclides Bataglia Camargo Filho, está sendo investigado. Existe a suspeita de que ele tenha estimulado a ocupação para receber depois o dinheiro da desapropriação.
Dava para impedir Pinheirinho e nada ocorreu. Dava para impedir Pinheirinho 2 e algo que se fez.
Avançamos.
Paulo Nogueira
Fonte: Blog ContextoLivre
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