Rogério Aguilar morador de Salto de Pirapora sofreu escoriações leves e voltou ao trabalho após 10 minutos, no evento realizado em Piedade. Fotógrafo registrou vídeo.
Salva-vidas de Salto de Pirapora trabalha na área há 15 anos Foto: Reprodução/TV TEM |
Ser arremessado pelo touro para fora da arena e sair ileso é mais uma linha para o currículo do experiente salva-vidas de rodeio Rogério Aguilar, de Salto de Pirapora (SP).
"Batoré", como é conhecido no ramo, chamou a atenção do animal enfurecido depois da queda do peão na 9ª Festa do Peão de Piedade (SP) e não conseguiu completar o "drible" a tempo. O incidente foi na noite de sexta-feira (16) e o vídeo divulgado na segunda-feira (19).
Um fotógrafo que acompanhava a montaria registrou quando o peão conseguiu ficar cerca de 8 segundos montado, mas caiu e saiu de perto do animal. Enquanto isso, Aguilar e o companheiro se aproximaram. Nos próximos segundos, o salva-vidas foi parar do outro lado da cerca desmaiado e com escoriações leves.
"Calculei errado o olé. Depois eu vi tudo branco. Achei que estava no céu vendo anjos, mas eram os médicos", brincou, em entrevista ao G1.
Batoré ficou deitado recebendo atendimento por cerca de 10 minutos, com dores no ombro. No entanto, ainda faltavam 10 montarias para finalizar a noite e ele voltou para ajudar o colega de trabalho.
Segundo o salva-vidas, não é a primeira vez que ele e o touro Chacal se "encaram". Há 3 anos, o animal de Ibiúna quebrou a clavícula de Aguilar, que coleciona na carreira de 15 anos ossos quebrados.
'Sou todo remendado'
Ele não sabe ao certo se quebrou mais ossos do que resgatou peões ao longo dos inúmeros eventos pelo país, mas vê a profissão como um dom para colocar em prática.
Crescido em Jundiaí (SP), Batoré antes de correr dos touros costumava montar neles. Só que quando se deparou com um amigo debaixo de um animal e suplicando por socorro, ele não exitou ao improvisar o resgate.
"A gratidão dele [amigo] me deixou tão feliz que decidi que era aquilo que eu queria para mim: salvar vidas."
Desde então, praticamente todos os fins de semana ao longo ano Aguilar ele tem trabalho agendado em festa de peões pelo Brasil fazendo amigos e vez ou outra curativos.
"Uma das pernas já quebrei duas vezes. Tanto que uma ficou torta e por isso o apelido. A última vez um boi 'enroscou' em mim e quebrou meu joelho. Tive que colocar prótese. Mas também tenho nariz quebrado e várias costelas. Sou todo remendado, os médicos me montaram", diz.
A carreira do salva-vidas inspirou conhecidos na região. Nos próximos dias, ele irá ministrar um curso para compartilhar o conhecimento com futuros salva-vidas.
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