Explosões em pedreira
colocam em risco moradores de Salto de Pirapora
Segundo moradores, pedras de cerca de 2kg caem bem próximo das casas.
Assista á reportagem clique aqui! (Foto: Reprodução/TV TEM) |
O Ministério Público de São Paulo vai pedir o fechamento de uma mina em
Salto de Pirapora (SP). A ação é movida porque as explosões da empresa estão
colocando as famílias em risco. Sempre que há detonação das rochas, os
integrantes das cinco famílias que vivem por ali, em um vilarejo próximo,
correm risco de serem atingidos pelas pedras. A pedreira fica a menos de 500
metros das casas.
Os fragmentos de rocha não poderiam ultrapassar o limite, que é o espaço
da própria mina. Mas não é isso que acontece. As pedras, resultado da
detonação, não só ultrapassam como chegam a atingir as residências, colocando
em risco as famílias. Os moradores guardam algumas das pedras que caem no
quintal.
Explosões em
pedreira colocam moradores em
risco (Foto: Reprodução/TV TEM)
O peso delas chega a assustar, chegando a ter cerca de dois quilos. Em
um local onde uma das pedras caiu, é possível ver que provocou um buraco no
chão. A pedra caiu a menos de dois metros onde as pessoas estavam.
Para a dona de casa Ângela Souza Silva, a situação é complicada no
local. A gente está em uma guerra. Não sei o que fazer".
Com uma câmera escondida, um produtor da TV TEM registrou a rotina dos
moradores toda vez que há detonação. Uma funcionária chega de carro 15 minutos
antes e avisa sobre a explosão.
- “Seu filho, sua filha estão aqui?”, diz a funcionária.
- “Estão”, responde a moradora.
- “Por favor, a gente vai detonar às 4 horas.”
- “Tudo bem.”
- “Se vocês puderem ir lá. Eu particularmente acho que vocês deveriam ir ali no abrigo.”
- “Estão”, responde a moradora.
- “Por favor, a gente vai detonar às 4 horas.”
- “Tudo bem.”
- “Se vocês puderem ir lá. Eu particularmente acho que vocês deveriam ir ali no abrigo.”
Logo após o aviso, todos se abrigam em uma casa antiga, a única que tem
laje, mas que está condenada pela Defesa Civil. Mesmo na antiga casa, as
mulheres e crianças não têm nenhuma proteção.
A funcionária, de capacete, reconhece o risco. “Tem pedra que... Bate
uma pedra em outra pedra, entendeu? Daí dá ultralançamento... Só que uma
pedrinha assim, se bater na gente, arranca a cabeça, né? Com a velocidade que
ela vem". Antes da família ser liberada, um susto. Segundos depois da
explosão, uma pedra cai bem perto da casa.
A TV TEM teve acesso ao alvará emitido pela prefeitura para o
funcionamento da mineradora, mas nele não consta a data de emissão e da
validade. De acordo com a própria prefeitura, é irregular, já que ele deve ser
renovado todo ano.
O promotor da cidade, Luiz Fernando Guinsberg Pinto, analisou as imagens
e disse que irá pedir a suspensão imediata das atividades da pedreira.
"Esse vídeo prova de forma inafastável que não só ultrapassa como chega a
atingir a residência e pode atingir moradores vizinhos. Essa e uma prova
suficiente para instruir esta ação inicial que nós estamos propondo para
suspensão das atividades de explosão", conclui o promotor.
A empresa Massari informou que tem todas as licenças para executar as
explõsoes e que tomou medidas para diminuir os impactos na comunidade de
Barrinha. A empresa informou ainda que tem interesse em comprar as cinco casas,
mas que nunca conseguiu fechar negócio.
Já a prefeitura informou que vai verificar o alvará de funcionamento e
cancelar o documento se comprovar irregularidades.
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