Salto de Pirapora Notícias

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Banhistas continuam a usar lagoa de pedreira proibida

Visitantes continuam frequentando a lagoa da pedreira desativada de Salto de Pirapora, mesmo após ser fechada para banhistas depois da morte de dois mergulhadores que vieram do ABC paulista, há quase dois anos. A área é privada e pertence à Votorantim Cimentos, que impediu a entrada de pessoas estranhas no local, como determinou o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) à época. Em uma via de acesso, foi colocada vigilância e, em outra, pedras que bloqueiam a entrada de carros. 

Segundo informações de pessoas que não quiseram se identificar e estavam nas proximidades do local, há muita movimentação de visitantes na pedreira após as 18h - horário em que o segurança vai embora -, e até mesmo de madrugada. Elas disseram que "ninguém respeita nada e pessoas continuam entrando". O mestre de obras José Vanderlei Vicente da Silva, 50 anos, confirma a informação. "Tem gente que vem, sim. Aproveitam a falta de fiscalização depois das 18h e nadam com o horário de verão." 

A informação também pôde ser confirmada através de um vídeo no site YouTube, no qual um indivíduo pula na água da pedreira no ano passado, data em que já era proibida a entrada de banhistas. A descrição do vídeo diz, inclusive, que "o salto foi realizado em 28 de outubro de 2013". Além disso, existem registros, no mesmo site, de mergulhadores filmando todo o percurso - quando ainda era permitido o mergulho. Neles, é possível visualizar vários carros jogados na pedreira, sendo então utilizada para desova de automóveis. 

A reportagem verificou a denúncia dos transeuntes sobre a falta de fiscalização após 18h e, de fato, a equipe do Cruzeiro do Sul conseguiu ter acesso à área na última terça-feira (04 de fevereiro), às 18h05, entrando sem ter nenhuma interdição. 

Entretanto, dia 31 de janeiro, a reportagem foi até o local por volta das 15h30 e deparou-se com o segurança Evandro Moisés de Lara, de 38 anos. Ele diz que ainda há pessoas indo à pedreira, e essa movimentação aumentou devido ao forte calor, principalmente aos finais de semana. Porém, são impedidas de entrarem na água pela vigilância. "A gente deixa olhar só. Nadar e tirar foto, não." 

O local está fora de operação há cerca de doze anos. A formação da lagoa iniciou quando era retirado o calcário, até que um lençol freático foi atingido e inundou o local. A profundidade da pedreira té de aproximadamente 90 metros. 

Votorantim Cimentos

Em nota, a assessoria da Votorantim Cimentos informa que "isola devidamente sua área de propriedade da Mina de Salto de Pirapora (SP). O isolamento é feito com cercas, portão e placas de sinalização. Além disso, a empresa mantém todos os dias, das 7h às 19h, uma vigilância patrimonial com objetivo de orientar banhistas e fotógrafos quanto à proibição de acesso e uso do local. A Votorantim Cimentos reitera seu compromisso com o bem estar da comunidade de Salto de Pirapora". 

Morte dos mergulhadores

Conforme noticiou o Cruzeiro do Sul à época, os dois mergulhadores, Rodrigo Garcia e Alessandro Varani, ambos com 29 anos de idade, eram amigos e entraram na pedreira no dia 10 de março de 2012. Os corpos foram resgatados dois dias depois a uma profundidade entre 70 e 80 metros, distantes cinco metros um do outro. Ao serem localizados, o cilindro usado por Alessandro ainda tinha uma reserva de ar, e o de Rodrigo estava vazio. O primeiro mergulhava já há três anos, e Rodrigo até então tinha feito apenas sete mergulhos. O laudo da perícia afirmou que os mergulhadores erraram no procedimento do uso dos equipamentos.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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