Crueldade contra os animais.
Ativistas pelos Direitos Animais participaram de uma manifestação no recinto do rodeio de Salto de Pirapora-SP no último sábado (22). Contra a exploração de animais nos rodeios, ativistas de diversos pontos do estado de São Paulo foram até a cidade, que fica a cerca de 120 km da capital, na região metropolitana de Sorocaba.
Além do protesto com faixas e cartazes, os ativistas entraram com uma Ação Civil Pública contra a realização das provas com animais do evento, alegando maus-tratos aos animais. A justiça analisou o processo e autorizou a realização do rodeio desde que fosse observado estritamente o que dispõe o art. 4º da Lei Federal nº 10.519/2002 (Dispõe sobre a promoção e a fiscalização da defesa sanitária animal quando da realização de rodeio e dá outras providências).
“Art. 4o Os apetrechos técnicos utilizados nas montarias, bem como as características do arreamento, não poderão causar injúrias ou ferimentos aos animais e devem obedecer às normas estabelecidas pela entidade representativa do rodeio, seguindo as regras internacionalmente aceitas.
§ 1o As cintas, cilhas e as barrigueiras deverão ser confeccionadas em lã natural com dimensões adequadas para garantir o conforto dos animais.
§ 2o Fica expressamente proibido o uso de esporas com rosetas pontiagudas ou qualquer outro instrumento que cause ferimentos nos animais, incluindo aparelhos que provoquem choques elétricos.
§ 3o As cordas utilizadas nas provas de laço deverão dispor de redutor de impacto para o animal.”
O grupo de ativistas se dirigiu ao recinto do evento acompanhado do delegado da cidade e de uma médica veterinária. Foram encontradas diversas irregularidades. Desde artefatos que causam danos visíveis aos animais como sedém, esporas e laço, até espaços inadequados e uma situação de alto estresse aos animais. Tudo foi colocado em um parecer técnico elaborado por uma médica veterinária e entregue às autoridades.
O evento de Salto de Pirapora recebeu ainda uma ação do Ministério Público por conta de falta de autorização do Corpo de Bombeiros para que o evento acontecesse. Horas antes do rodeio começar, supostamente, os Bombeiros concederam a autorização, que não foi apresentada aos ativistas.
O clima entre ativistas e peões ficou tenso no recinto. O grupo de ativistas, em sua maioria do sexo feminino, foi acoado por mais de 100 peões montados em cavalos. Nem a ação da polícia reverteu a situação. Segundo os ativistas, uma tragédia não aconteceu por pouco.
Os fatos deverão ser levados a conhecimento do juízo cível competente para que se faça valer a decisão proferida em ambas as Ações Civis Públicas, para que se determine a apresentação da suposta autorização do Corpo de Bombeiros, bem como, seja suspenso o evento em virtude das irregularidades apontadas, sem prejuízo de providências administrativas junto à Secretaria de Estado competente pela fiscalização.
As fotos abaixo foram feitas no último final de semana e enviadas pelos ativistas.