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| Foto: Arquivo Adriano Vincler |
A comunidade quilombola Cafundó tem
encontrado dificuldade para produzir nas terras recuperadas há dois anos
na Justiça, depois de 50 anos de luta. Ela não consegue junto aos
bancos uma linha de crédito para comprar maquinários e sementes para
iniciar um plantio numa área de 15 alqueires (24 mil metros quadrados).
Uma dificuldade, segundo entidades ligadas ao movimento negro, que
também ratifica a posição desfavorável do negro inclusive no agronegócio
no Brasil.
"Sem empréstimo do banco não dá para comprar um trator para preparar a
terra e algo para plantar. Tudo isso, por causa do preconceito. Se o
dono da terra fosse branco, ele não teria problemas para conseguir
crédito ", compara a líder quilombola do Cafundó, Regina Aparecida
Pereira. Ela conta que há no Cafundó mais de 24 famílias (mais de 100
pessoas) esperando para ampliar a produção de hortaliças, mandioca e
outros produtos, alguns deles já plantados em áreas menores do quilombo,
que inclusive, é o que tem sustentado os habitantes do lugar.
"Recuperamos a terra com muita luta durante 50 anos, e hoje não conseguimos plantar, que é o nosso ofício mais valioso. A questão é essa, temos a terra mas não temos como fazer muita coisa nela", analisa outro líder quilombola, Marcos Noberto da Silva.
Ele e sua companheira
Regina contam que a comunidade tem vivido da agricultura familiar e do
artesanato, vendido durante as visitas feitas por excursões,
principalmente por escolas, ao Cafundó que fica no município Salto de
Pirapora.
"Recuperamos a terra com muita luta durante 50 anos, e hoje não conseguimos plantar, que é o nosso ofício mais valioso. A questão é essa, temos a terra mas não temos como fazer muita coisa nela", analisa outro líder quilombola, Marcos Noberto da Silva.
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| Foto: Arquivo Adriano Vincler |
Os líderes da comunidade quilombola também participaram do primeiro dia de discussão da Semana de Consciência de Raça de Sorocaba. "É difícil conseguir espaço para contar sobre as nossas dificuldades. Sobre situação precária que vive 1ª Comunidade Quilombola do Brasil", frisou Regina Aparecida Pereira, comentando que não desistirão de conseguir meios para solucionar a situação de falta de crédito.
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