A auxiliar de limpeza Joana D'Arc dos Santos conviveu durante anos com um cano passando pela sala de sua casa, conduzindo o esgoto de toda a rua onde mora, no Jardim Marli, para um córrego. Ela conta que sofria cada vez que dava infiltração, por isso hoje comemora o benefício de ter saneamento básico em seu bairro. Em dez anos, de 2000 a 2010, Sorocaba teve o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) reduzido em 24%, conforme os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na semana passada. Isso significa que mais pessoas estão tendo acesso a serviços de infraestrutura urbana, capital humano (saúde e educação) e renda e trabalho. No ano 2000, o índice registrado na cidade foi de 0,364, tendo diminuído para 0,277 em 2010. Já nas 26 cidades da Região Metropolitana (RMS), incluindo Sorocaba, a redução foi de 32%: em 2000 o índice registrado foi de 0,352, caindo para 0,237 em 2010. Quanto menor o índice, maior a qualidade de vida da população.
A definição de vulnerabilidade social em que se concentrou o estudo do Ipea diz respeito ao acesso, à ausência ou à insuficiência de serviços, os quais deveriam, a princípio, estar à disposição de todo o cidadão, por força da ação do Estado. Em todo o Brasil, a vulnerabilidade social foi reduzida em 27%.
Na RMS, as cidades que concentram os menores índices de vulnerabilidade social são Cerquilho, com 0,126; Tietê, com 0,139 e Jumirim, com 0,143. Vale destaque para Capela do Alto, que em dez anos reduziu o índice em 29,5%, indo de 0,420 para 0,296. Já as que têm os mais altos índices são Salto de Pirapora, com 0,315; Tapiraí, com 0,325 e Ibiúna, com 0,308.
Para o professor de sociologia da Uniso, Olavo Henrique Furtado, doutor em Ciências Sociais e Sociologia do Trabalho e mestre em Ciência Política, a redução da vulnerabilidade social em Sorocaba e nas cidades da RMS é uma notícia boa, mas é notícia velha. Olavo afirma que os dados deveriam ser divulgados antes, e não com um atraso de cinco anos, para que pudessem viabilizar políticas públicas nas regiões que mais carecem de atenção e mesmo serem melhorados os índices das cidades que já estão caminhando para uma melhor qualidade de vida da população. Olavo acredita que nesse intervalo de cinco anos muita coisa pode ter mudado, ainda mais com a crise econômica. "Cinco anos faz muita diferença. Como é uma pesquisa antiga, você fica no achismo, mas é um bom avanço", observa.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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